segunda-feira, 9 de maio de 2011

Permitirei-me contar algo que vivi recentemente...

Em plena crise, resolvi fechar pra balanço e rever os efeitos que a liberdade sexual tinha provocado na minha vida emocional. Era filha legitima de uma geração que quebrou tabus, chamei sexo de amor livre e transei a vontade. Depois de um tempo, mais reconstrui tabus do que os quebrei, vi-me avaliando minha postura frente ao sexo, e sem querer julgar ou contestar minha geração, cheguei à conclusão que, pra mim, sexo era o coroamento da intimidade. O sexo pelo sexo, naquele meu momento atual, não era mais um ato liberatório, e sim uma agressão aos meus sentimentos e a minha auto-estima. Ganhei consciência de que, no pacote do ‘amor livre’, tinha transado com quem não gostava, não admirava, nem sentia tesão, pelo simples fato de querer ficar bem na foto de moderna. Foi nessa fase mais recatada, que fiz um pacto comigo mesma de só ir pra cama quando estivesse apaixonada, acrescentei que, apesar de estar me divertindo muito, e achar homens super atraentes, não podia dizer que estava apaixonada...
Sabe aqueles encontros casuais? Um amigo seu que te apresenta outro amigo? Pois então, aconteceu comigo. Certa vez, me encantei por um cara, mas por sua reação, seu texto, sua postura, do que por outra coisa. Nem chegamos a namorar, mas as semanas foram passando, os meses foram voando nas folhinhas, e não fazíamos outra coisa senão conversar. Falávamos de amenidades, cultura, política, passado, infância, antigas relações, cinema, livros, sonhos... Mas sexo que era bom, nada! Não gosto de homens sem atitude, talvez fosse maluquice tentar unir sentimentos tão divergentes no mesmo pacote. Tava cansada do papo cabeça, da conversa mole, de uma relação analisada, e estudada, e daquele homem politicamente correto, que topava tudo que sugeria e não forçava a barra pra transar no chão da cozinha, no elevador do prédio, ou na cabine da loja, descobri que meu gosto pelo sexo incluía certo cafajestismo, que gostava de homens que arrancavam os botões da blusa, me jogavam no chão, e faziam-me mulher. Era uma verdadeira contradição o que estava sentindo, mas cheguei à conclusão que, adorava sexo pelo sexo. E sem medo de ser feliz, decidi que não fazia meu tipo: era correto demais pra bagunça que gostava de fazer na cama. O fato de ele ter se comportado como um príncipe tinha sido uma ducha fria. Estava tão precisada de sexo sem amor que, me senti plenamente satisfeita por pertencer à geração que permitiu às mulheres desejar, e não apenas serem desejadas.
É fato que as mulheres são da natureza, e os homens da cultura (não foram criados para lidar com o feminino). Homens; apaixonam-se, e ficam perdidos. Mulheres; fazem planos!
Alguns homens odeiam as mulheres por que vêem nelas o próprio fracasso, têm medo de se perder dentro de nós. (rsrsrs)
Vejo o sexo dissociado do amor, exatamente como fazem os homens, e não acho que isso seja promiscuidade. Idiota? Óbvio! Mas, é como dizia o poeta: “A idiotice é vital para a felicidade”. Sejamos idiotas então!




                                                      

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